PT | EN
Publicado dia 30 de abril de 2020

Interface e Usabilidade para Desenvolvedores

| Tempo de leitura 5 minutos Tempo de leitura 5 minutos
Interface e Usabilidade para Desenvolvedores

Pensar detalhes de interface e usabilidade é uma tarefa essencial ao conceber e desenvolver um produto digital. Embora isso faça parte da rotina de UX Designers, esse trabalho deve ser realizado em conjunto com os desenvolvedores dos projetos. No SoftDrops* da última semana, Priscila Rodrigues falou justamente sobre essa questão: a UX Designer apresentou aos devs da empresa algumas diretrizes básicas de design, que podem facilitar essa cocriação.

Antes dos times ágeis, era comum pensar que o trabalho do designer estava separado do  dos desenvolvedores, que havia poucas coisas em comum e níveis de importância distintos. As tarefas eram divididas entre funcionalidade e estética. Além disso, outra questão também influenciou esse distanciamento, o formato de trabalho no método ‘cascata’ ou ‘tradicional’. Isso é: quando primeiro se pensava o layout e, posteriormente, o desenvolvimento.

Já no modelo ágil de trabalho essa percepção mudou, segundo Priscila. Atualmente, há a consciência da necessidade de o time trabalhar em conjunto, pensando e atuando em pesquisas, nas definições de interface, usabilidade e desenvolvimento – dividindo essas tarefas em duas etapas que acontecem simultaneamente: discovery e delivery.  Dessa forma, há uma troca constante entre as partes para criar soluções qualificadas e viabilizar o projeto. Nesse sentido, a UX Designer ressaltou que a comunicação é fundamental para fazer tal relação dar certo. Do contrário, a qualidade do produto pode ser comprometida.

Pense como o usuário

Após alinhar o trabalho em conjunto, Priscila destacou algumas dicas para colocar esse formato em prática. Uma delas é ‘ter a consciência de que nós não somos usuários do produto que estamos desenvolvendo’. Em outras palavras, é necessário ter em mente que a percepção do time é diferente da percepção do usuário. Como os profissionais da área têm background técnico, é possível presumir algum item de forma equivocada.

Para evitar que isso ocorra é importante se colocar no lugar do usuário, que realmente necessita do produto que está sendo desenvolvido. Por essa razão, a etapa de Discovery é importante, é o momento de compreender o usuário e traçar os cenários possíveis. Nela, o acompanhamento do desenvolvedor pode ser extremamente positivo, gerando insights durante o processo. A UX Designer salientou que os profissionais envolvidos podem lembrar de suas experiências como usuários de outros aplicativos, sugerindo possíveis melhorias.

Além do conhecimento técnico, cada integrante do time também é um usuário de produtos digitais. A soma desses fatores permite notar detalhes de usabilidade, como problemas na navegação, por exemplo. Essa experiência com diferentes produtos e serviços, pode resolver questões importantes durante os projetos.

Visão completa do projeto

Além de relembrar a importância de trocar experiências e conhecimento durante o projeto, Priscila reforçou a necessidade da conscientização que a responsabilidade sobre o produto é coletiva. Portanto, deve-se ter atenção em todas as etapas com todos os envolvidos conhecendo a persona, o público-alvo e as necessidades que o cliente possui, contribuindo para o trabalho da equipe.

Interface e Usabilidade

Design na prática

Resgatando conceitos trabalhados em edições anteriores do SoftDrops como as Heurísticas de Nielsen e a Teoria da Gestalt, a UX Designer comentou alguns pontos que podem ser observados na prática. Por exemplo, em um formulário cuidar itens como: o alinhamento dos campos e dos botões, o feedback quando ocorre um erro – o usuário precisa saber quais informações estão erradas –, a repetição de dados e hierarquia dos botões – o botão cancelar, por exemplo, deve chamar menos a atenção e estar a esquerda do botão continuar.

Esses são apenas alguns detalhes quando o assunto é interface e usabilidade, lembrando que é importante evitar a criação de soluções complexas que necessitem de esforço cognitivo e/ou que façam o usuário desperdiçar seu tempo – desta forma, podemos afastá-lo do nosso produto. O objetivo é tornar agradável a experiência para o usuário, acrescentando, se necessário, caixas de opções, ilustrações e itens de fácil assimilação, simplificando a navegação.

Ao concluir a sua apresentação, Priscila listou mais alguns aspectos de design aos quais time pode ficar atento. São eles:

1. White space – espaços de ‘respiro’ no layout ajudam a focar no que é importante;

2. Alinhamento – é importante para orientação de leitura e entendimento do conteúdo;

3. Hierarquia – para priorizar informações de acordo com o que é necessário no contexto;

4. Consistência – manter a consistência em uma interface diminui a carga cognitiva do usuário.

*O SoftDrops é um evento de troca de conhecimento que acontece todas as quartas-feiras, na sede da SoftDesign. A cada semana, um colaborador se predispõe a expor para os colegas algum tema de seu interesse, que tenha relação com os três pilares do nosso negócio: design, agilidade e tecnologia. A minipalestra dura em torno de trinta minutos e é seguida por um bate-papo entre os participantes.

Foto do autor

Cecilia Ribeiro

Analista de Marketing da SoftDesign, é formada em Jornalismo (UFRGS). Com experiência em criação de conteúdo digital, atua nas áreas de Marketing Digital e Estratégico.

Quer saber mais sobre
Design, Estratégia e Tecnologia?